Grande parte dos estudantes de Direito conhece Foucault apenas pelo seu “vigiar e punir”, cuja leitura é geralmente exigida pelos professores de Direito Penal, ao ensinar a Teoria da Pena. Muito mais vasta e rica é a produção foucaultiana: Além do já citado, temos também “História da Loucura”, “Microfísica do Poder” e o a seguir comentado “Eu, Pierre Rivière, que degolei minha mãe, minha irmã e meu irmão”.
A bem da verdade, Foucault não escreveu este livro; ele o coordenou. Trata-se de uma compilação das principais peças processuais e notícias de imprensa acerca do caso Pierre Rivière, jovem de 20 anos de idade que, em 1835, assassinou sua mãe, Victoire Brion; sua irmã, também chamada Victoire; e seu irmão, Jules, todos a golpes de foice, para “livrar o pai de todas as suas infelicidades”. O dossiê do caso revela incongruência de pareceres sobre o estado de Rivière: Para uns, se estava diante de um criminoso perverso, que fingia, convenientemente, um estado de demência, mas tinha plano uso de suas capacidades mentais a ponto de escrever um memorial narrando as agruras que seu pai sofria nas mãos da mãe e da irmã. Para outros, os acontecimentos narrados no memorial, aliados a relatos de estranhos hábitos de Pierre desde a infância evidenciavam um estado de alienação mental. Mesmo a psiquiatria se encontrava dividida. Vemos, no decorrer da obra, um verdadeiro embate entre os discursos, cada um tentando prevalecer sobre o outro, para decidir se Pierre deveria ser decapitado, castigo destinado aos parricidas, ou encaminhado a um instituto destinado a doentes mentais.
Após conferir as peças do processo de Rivière e o desfecho do caso, o leitor é brindado com uma série de interessantes apontamentos realizados por Foucault, em conjunto com uma equipe do Collège de France. Só aí se vê algum posicionamento dos autores, até para que o leitor tire suas conlusões antes, com a leitura do processo. Li e recomendo!!!
A bem da verdade, Foucault não escreveu este livro; ele o coordenou. Trata-se de uma compilação das principais peças processuais e notícias de imprensa acerca do caso Pierre Rivière, jovem de 20 anos de idade que, em 1835, assassinou sua mãe, Victoire Brion; sua irmã, também chamada Victoire; e seu irmão, Jules, todos a golpes de foice, para “livrar o pai de todas as suas infelicidades”. O dossiê do caso revela incongruência de pareceres sobre o estado de Rivière: Para uns, se estava diante de um criminoso perverso, que fingia, convenientemente, um estado de demência, mas tinha plano uso de suas capacidades mentais a ponto de escrever um memorial narrando as agruras que seu pai sofria nas mãos da mãe e da irmã. Para outros, os acontecimentos narrados no memorial, aliados a relatos de estranhos hábitos de Pierre desde a infância evidenciavam um estado de alienação mental. Mesmo a psiquiatria se encontrava dividida. Vemos, no decorrer da obra, um verdadeiro embate entre os discursos, cada um tentando prevalecer sobre o outro, para decidir se Pierre deveria ser decapitado, castigo destinado aos parricidas, ou encaminhado a um instituto destinado a doentes mentais.
Após conferir as peças do processo de Rivière e o desfecho do caso, o leitor é brindado com uma série de interessantes apontamentos realizados por Foucault, em conjunto com uma equipe do Collège de France. Só aí se vê algum posicionamento dos autores, até para que o leitor tire suas conlusões antes, com a leitura do processo. Li e recomendo!!!
Caro Colega,
ResponderExcluirMuito boa a dica de leitura,
criei um blog de rotinas de advogado iniciante também... curioso, buscando outros parecidos encontrei o seu, achei bem bacana!
até mais
Parabéns pelo blog
ResponderExcluiracompanha o meu ai também caro colega
http://justemas.blogspot.com/