“De fato, Eminência, penso que não é certo nem justo que o ter-se apoderado do dinheiro alheio acarrete ao ladrão a perda da vida. Isto porque penso também que riqueza alguma pode justificar a perda de uma vida humana. Mas, se me objetarem que este castigo pretende punir a transgressão da lei e da justiça, e não apenas a extorsão de dinheiro, por que não chamar a essa justiça extrema e rigorosa a suma injustiça ? Pois não deve ser consentida legislação tão cruel e dura que por uma pequena e ocasional infração desembainhe imediatamente a espada justiceira, nem devem ser promulgadas leis tão estóicas que considerem ao mesmo nível todos os crimes e não estabeleçam diferença entre tirar a vida a um homem e tirar-lhe a bolsa. Ora, se respeitamos a justiça, não poderemos, de modo algum, ver qualquer similitude ou grau de igualdade entre estas duas ações.” (em A Utopia. São Paulo: Martin Claret, 2000, p. 32-33)
domingo, 19 de abril de 2009
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