terça-feira, 11 de agosto de 2009

11 de agosto - Dia do Advogado: O que temos a comemorar ?




O dia de hoje é reservado a celebrar os advogados, também os magistrados e estudantes de direito. Mas o que temos a comemorar, principalmente o advogado iniciante ?

Podemos comemorar a discrepância entre o que aprendemos nos bancos acadêmicos com a realidade impiedosa da carreira, que faz com que a maioria esmagadora dos estudantes de direito passarem longe da advocacia, preferindo se dedicar a concursos ou apenas utilizando a advocacia como trampolim para o ingresso em outras carreiras jurídicas (para conseguir o tempo de atividade jurídica) ?

Será que devemos comemorar o desrespeito ao qual somos submetidos costumeiramente por magistrados que atropelam a lei com sua "juizite", promotores de “justiça” que mais parecem carrascos medievos, Delegados truculentos e até serventuários com síndrome de salto-alto (o funcionário que leva grito do chefe e, para descontar, quer destratar os outros) ?

Devemos, então, comemorar, o fato de que o órgão que deveria agir em prol da classe, coibindo abusos contra os advogados, só se preocupa em arrecadar (money, money, money, money...), e principalmente, só dá valor ao advogado em época de eleição para Presidente da Ordem ?

Já sei, comemoraremos os achincalhes que os advogados sofrem pela mídia, por causa de meia dúzia que não valorizam a classe ? (e isto não tem nada a ver com profissão. Há pessoas sem caráter em todas as áreas)

Apesar dos entraves acima elencados e que são apenas exemplificativos das muitas dificuldades enfrentadas pelo advogado, há motivo para comemorar, sim: O que seria da sociedade sem o bom advogado ? (do mesmo modo que há juízes e promotores que não desempenham suas atividades a contento, também é forçoso reconhecer que há advogados desidiosos e está aí o Tribunal de Ética e Disciplina, do qual sou defensor dativo, que não me deixa mentir)

O êxito de nossa profissão está em seus frutos. Não estou falando de dinheiro, mas sim em cada cliente pelo qual conseguimos fazer algo: Aquele agraciado por um alvará de soltura; o que consegue se separar ou divorciar, depois de um trâmite processual repleto de ataques pessoais; aquele que mantém em seu patrimônio o único bem que possuía e que estava prestes a ser leiloado, entre tantos outros casos. É isto que reacende, a cada dia, a importância da profissão. A necessidade de que as pessoas não fiquem desprotegidas.

Em suma, é a luta contra a maré que torna o advogado, acima de tudo, um guerreiro. Parabéns a todos nós, que apenas começamos a batalhar, e àqueles, já calejados, mas que não fogem à luta.

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