quinta-feira, 25 de junho de 2009

Abusos nas Unidades Carcerárias Durante as Revistas de Familiares de Presos




Jornal Tribuna Independente de quarta-feira, 24 de junho de 2009. Página 9, Caderno Cidades. Colaboradora: Priscilla Lemos

Constrangimento

Parentes de detentos denunciam humilhações durante revistas
Mulheres seriam obrigadas a tirar toda a roupa, e se agachar sobre um espelho

Apesar de toda segurança dos presídios com a instalação de equipamentos eletrônicos – como os detectores de metais, por exemplo -, familiares de presos denunciaram que estariam sendo humilhados no momento das revistas.

Cerca de 15 familiares de presos, entre mães, irmãs e mulheres, foram à sede da Ordem dos Advogados do Brasil, em Alagoas, ontem, para protestar com cartazes e exigir agentes penitenciários capacitados para a realização das revistas.

As parentes de presos disseram que passam por humilhação na hora de serem revistadas, na Casa de Detenção de Maceió – o Cadeião. As mulheres contaram que são obrigadas a tirarem toda a roupa, ficando completamente despidas. Além disso, ainda teriam que se agachar três vezes sobre um espelho.

A mãe de um detento, que por motivos de segurança se identificou como Maria de Lourdes, relatou situações de constrangimento.

Ela disse que as visitantes não podem usar nenhum tipo de roupa de jeans, como saias e shorts, porque é alegado para elas que poderiam levar alguma coisa para os detentos. Por isso, têm que estar vestidas de roupas de malha fria.

“As agentes passam a mão no nosso cabelo. Outro dia, a esposa de um preso me falou que as agentes apalparam os seus seios e, como se não bastasse, outro dia me pediram que removesse a minha dentadura! Um abuso”, reclama. De acordo com as denúncias, também é colocado um detector de metal por entre as pernas, próximo da região genitália das mulheres que vão fazer visitas aos seus parentes presos.

O Presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/AL, Gilberto Irineu, ressaltou que amanhã haverá uma reunião com o Coronel Luiz Bugarin, na Intendência penitenciária, onde levará um documento com todos os relatos de mães, filhas e esposas dos detentos.

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